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Mário de Andrade |
Desde 1938, Mário de andrade dedicou-se ao exame do desvio da tendência individualista-formalista, central para a caracterização do período moderno, e, mais ainda, do contemporâneo. Ele percebeu que a situação do artista no mundo atual era de grande isolamento e a sua principal manifestação era o acentuado hermetismo das várias correntes artísticas, sobretudo na música e nas artes plásticas. O diagnóstico de Mário de andrade era partilhado por diversos autores da época, entre os quais destacava-se Ortega Gasset, com o livro de grande repercussão, A desumanização da arte, de 1923. Nesse pequeno clássico da estética do século XX, o filósofo indicou que todo o problema da nova arte estava em sua "intranscendência". Com a invenção deste neologismo, Ortega quis lançar luz sobre uma situação em que a arte já não constituía um eixo na vida dos homens, tinha se desumanizado, e passara a ocupar uma posição subalterna e periférica. O modo de ser isolado do artista contemporâneo ganhava sentido nesse contexto.
(Eduardo Jardim)
Trecho do livro de Eduardo Jardim, Mário de Andrade, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2005, p.110-111.
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