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Resistência/combatente |
[ PEDRO LUSO DE CARVALHO ]
Durante a guerra, fora um país dividido contra si mesmo, mas a divisão era facilmente delineada: a Resistência e os Franceses Livres contra o inimigo comum: os nazistas, o regime de Vichy e seus colaboradores. Agora que a guerra estava terminando, novas rupturas começaram a surgir entre aqueles que antes formavam uma frente unificada. Velhas animosidades ressurgiram: conflitos de antes da guerra foram reavivados.
Embora, por uns breves momentos após a Libertação, os comunistas e socialistas estivessem unidos sob o lema "Châtier les Traîtres" (Punir os Traidores), rapidamente começaram a discordar sobre quem eram os traidores. Para os socialistas, os principais alvos eram a direita, composta sobretudo pela antiga aristocracia e burguesia, que não se opuseram, ao menos ativamente, ao marechal Henri Pétain ao seu governo de Vichy. Os comunistas, porém, passaram também a denunciar inúmeros intelectuais esquerdistas de destaque, inclusive os que desempenharam papéis ativos na Resistência. Gide, Camus, Sartre, Beauvoir e Duras acabaram no rol dos esquerdistas vilificados pelos comunistas.
(Christopher Sawyer-Lauçanno)
In Escritores Americanos em Paris 1944-1960.Trad. de Ivo Korytowski. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996, p.51.
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