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Mario Vargas Llosa |
De fato, os romances mentem - não podem fazer outra coisa -, porém essa é só uma parte da história. A outra é que, mentindo, expressam uma curiosa verdade, que somente pode se expressar escondida, disfarçada do que não é. Dito assim, parece um galimatias. Mas, na realidade, trata-se de algo muito sensível. Os homens não estão contentes com o seu destino, e quase todos - ricos ou pobres, geniais ou medíocres, célebres ou obscuros - gostariam de ter uma vida diferente da que vivem. Para aplacar - trapaceiramente - esse apetite surgiu a ficção. Ela é escrita e lida para que os seres humanos tenham as vidas que não se resignam em não ter. No embrião de todo romance ferve um inconformismo, pulsa um desejo insatisfeito.
(Mario Vargas Llosa)
Ref. VARGAS LLOSA. Mario. A Verdade das Mentiras. São Paulo: Arx, 2004, p. 16.
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Boa noite, querido amigo Pedro Luso.
ResponderExcluirÉ mesmo.
Eu lia romances desde criança. Para o escritor deve ser divertido traçar o destino de cada um.
Brinca de Deus, e cria personagens onde muito deles mesmos, está contido. Faz justiça, e se sente de certa forma aliviado.
Feliz Páscoa!!
Beijos.