30 de jun. de 2013

HAROLD BLOOM – Shakespeare e Dante

Harold Bloom



   
 Shakespeare e Dante são o centro do cânone porque superam todos os outros escritores ocidentais em acuidade cognitiva, energia linguística e poder de invenção. Talvez todos os três dons se fundam numa paixão ontológica que é a capacidade de alegria, ou o que Blake queria dizer com seu Provérbio do Inferno: “Exuberância é beleza.” Energias sociais existem em toda época, mas não compõem peças, poemas e narrativas. O poder de originar é um dom individual, presente em todas as eras mas evidentemente muito estimulado por contextos particulares, surtos nacionais que só estudaremos em segmentos, porque a unidade de uma grande era é geralmente uma ilusão.  


                                                                               (Harold Bloom)


(In BLOOM. Harold. O Cânone Ocidental. Os Livros e a Escola do Tempo. Trad. de Marcos Santarrita. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 1995. p. 52.)

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