15 de jan. de 2013

[Crônica] PEDRO LUSO - Essas Pessoas Intrometidas



  
   
[ESPAÇO DA CRÔNICA]


FAÇA O QUE EU DIGO!
[PEDRO LUSO DE CARVALHO]



Todos nós conhecemos uma ou mais pessoas, que estão sempre prontas a dar-nos conselhos, embora não tenhamos a intenção de recebê-los; para que comecem as sessões de aconselhamento, basta um simples comentário sobre este ou aquele assunto, feito por quem não está preparado para defender-se do inconveniente assédio; essa situação é agravada pelo fato de que essas pessoas acreditam que ouviremos atentamente as suas recomendações, e que as cumpriremos, o que certamente não vai ocorrer.

À primeira vista, o incômodo que causam esses conselheiros compulsivos, pode parecer de pouca importância, e que com paciência poderemos ouvir tudo o que têm a dizer, e que logo tudo passará; mas, infelizmente, isso não ocorrerá; somente param de falar depois de terem dito tudo o que, para eles, deve ser dito, ‘para o nosso bem’; damo-nos conta, no entanto, a certa altura da ‘conversa’, que nossa paciência sumiu, e que a ansiedade passou a ser o nosso sentimento predominante; pior ainda: sentimo-nos desesperados por desconhecermos um meio eficaz para administrar essa situação, e, então, somos tomados de incontrolável fúria, que só não transparecerá com esforço sobre-humano, se tivermos força para isso.

Depois de tantos aborrecimentos, de noites insones, do uso de calmantes para amenizar a fúria da qual fomos acometidos, quando estávamos na frente de um deles, que insistia que ficássemos atentos às suas opiniões, agarrando-nos pelo colarinho para evitar nossa distração, e dizendo que gosta de falar olhando nos olhos de quem o ouve, a alternativa que temos é a adoção de medidas preventivas contra esse abominável assédio, como, por exemplo, colocar os seus nomes num pequeno caderno, que fique ao nosso alcance para que possamos identificá-los; o passo seguinte é a fuga do algoz, que está à nossa espreita qual uma serpente pronta para o bote.

Essa medida preventiva, contra a ação desses aconselhadores, não pode ficar restrita ao caderno no qual constam os seus nomes, já que outros tantos, que ainda não conhecemos, andam por aí, sôfregos, à procura de alguém para dar a sua ‘sábia’ orientação de vida, para dizer o que devemos fazer, nesta ou naquela situação; e, pobre de nós, se tentarmos convencê-los que devem deixar que cada um resolva os seus problemas, nos limites de suas possibilidades: premidos pela incontrolável compulsão de aconselhar, doença que pensam tratar-se de qualidade de caráter, dão início a uma interminável explicação sobre os motivos que os levam a ter esse comportamento, em relação às pessoas que o cercam, concluindo que devemos saber ouvir os ‘bons conselhos’, sem falar no diagnóstico, que poderão fazer sobre nossa saúde mental.



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4 comentários:

  1. Pedro é um prazer passar por seu blog meus parabéns. Saudações de texto e Abstração Reflexão

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    1. Obrigado, José, por sua visita. Volte sempre.

      Um abraço,
      Pedro.

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  2. Oi amigo, tudo bem? Vim conhecer seu blog e achei muito interessante, já estou te seguindo. Aproveito a oportunidade para convidá-lo a fazer uma visitinha ao meu blog, se gostar, ficarei muito honrado em tê-lo como seguidor. Abraços do amigo Bicho do Mato.

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    1. Obrigado, amigo, pela visita. Espero que volte mais vezes.

      Eu já estou seguindo o Blog Bicho do Mato.

      Um abraço,
      Pedro.

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