García Lorca foi assassinado por um sistema cujo objetivo principal era aterrorizar a população granadina e esmagar toda possível resistência ao Movimento. Um esforço para recuperar o terreno subitamente perdido pelas pessoas leais à República. A morte do poeta, vista dentro do contexto geral da repressão realizada em Granada, não foi um caso mais excepcional que o dos cinco catedráticos da universidade fuzilados (Vila Hernandez, Garcia Labella, Yoldi Bereau, Garcia Duarte, Palanco Romero), ou dos vereadores, médicos e professores também assassinados. Os sublevados estavam decididos a matar todos os partidários da Frente Popular, todos os “vermelhos”, reais ou imaginários. Entre eles, tal como se deduz de tudo o que foi dito até aqui, destacava-se García Lorca, tanto pela sua conhecida postura política, adotada claramente em declarações à imprensa ou em atos públicos, como por sua amizade com republicanos e esquerdistas de renome. Teria sido difícil, nos atreveríamos a dizer que impossível, que Federico escapasse daquele holocausto.
(Ian Gibson)
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Trecho do livro Assassinato de Garcia Lorca, de Ian Gigson, traduzido por Ernani Ssó, Porto Alegre, L&PM, 1988, p.249.
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