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Leopoldo Fróes |
por Pedro Luso de Carvalho
A carta de Leopoldo Froés – o maior ator brasileiro dos primeiros decênios do século 20 - a Procópio Ferreira – jovem, que viria tornar-se um dos nossos atores mais importantes (pai da grande Bibi Ferreira) - encontra-se transcrita no livro As mil e uma vidas de Leopoldo Fróes, de R. Magalhães Júnior (membro a Academia Brasileira de Letras), Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1966, p. 141, como segue:
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Procópio Ferreira |
Meu caro Procópio. Saudações. A opinião de um ator sobre o valor de outro ator é, ao menos na opinião de um crítico que eu conheço, uma coisa perfeitamente inútil. Que fique o crítico com o que sabe e sente, que não me furtarei a dar-te os meus parabéns pelo teu 'feitio' artístico. Daqui a tempos, quando tiveres firmado a tua personalidade, encontrarás quem te diga por escrito, nalguma gazeta mais ou menos lida, que te “repetes”, que não estudas, que és vaidoso... Não te importes. Feliz daquele que, em Arte, consegue repetir-se. Le Bargy foi sempre Le Bargy. O que se admira num ator é, mais que tudo, no gênero que vens fazendo, a graça do “dizer”, a elegância, as “intenções”. Não uses pêras nem bigodes, como eles querem, para diferenciares-te de ti mesmo. Sê o mesmo Procópio como o Taborda foi o taborda, como o augusto Rosa foi o Augusto Rosa, ou o Brasão o Brasão. O público que vais conquistando, noite a noite, já te provou que és querido. Sê amigo do público que te quer e a cujos aplausos junto os meus aplausos e recebe também um abraço de despedida do teu – a) Leopoldo Fróes.
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