Ado Malagoli |
BLOG PLANÍCIES
Pedro Luso de Carvalho
1 de jun. de 2024
PEDRO LUSO - Da Inveja
4 de dez. de 2023
[Conto] CYRO MARTINS – O Negro Jacinto
[ PEDRO LUSO DE CARVALHO ]
13 de mar. de 2023
[Poesia] A CASA DE PEDRA – Pedro Luso de Carvalho
Renoir |
A CASA DE PEDRA
– Pedro Luso de Carvalho
Por quanto tempo fiquei ali,
feito estátua, em frente à casa,
entre prédios e palacetes ?
Volto depois de muitos anos
à antiga casa de pedra –
o reino perdido da infância.
Era grande a casa de pedra,
na minha infância tão distante –
palácio de tantos brinquedos.
Ficou pequena, a minha casa
de pedra! Onde a casa de sonhos?
Sumiram juntas, casa e infância?
Lufada de vento oportuna
(sopro de algum anjo perdido)
fez-me entrar na casa de pedra.
Posso, homem de tantos caminhos,
ser de novo aquele menino
dessa casa – reino perdido?
Falta-me o fôlego. No peito
garras ferem – emoção e dor.
Levou o sonho, ave de rapina.
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13 de mai. de 2022
[Poesia] O GATO PRETO – Pedro Luso de Carvalho
O GATO PRETO
– Pedro Luso de Carvalho
A noite parecia ser grande ameaça,
não era qualquer noite como outras,
as lâmpadas apagadas nos postes,
naquela noite de escuridão e medo.
Não vi o gato preto atravessar a rua,
o gato e a noite eram da mesma cor.
O gato, enigma e mistério da noite,
que com miados rasgou o silêncio.
Se na escuridão imperava o medo,
o que posso dizer do gato preto,
na repentina aparição na noite,
na rua deserta da cidade morta?
O medo tirava o ritmo do coração,
no escuro morada dos fantasmas,
fantasmas em danças macabras,
em alucinante dança jamais vista.
Depois, na manhã dourada de sol
na grama do cemitério acordei,
aí onde ronronava o gato preto
próximo a túmulos e ciprestes.
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22 de dez. de 2021
[Poesia] DISTANCIAMENTO / Pedro Luso de Carvalho
DISTANCIAMENTO
- Pedro Luso de Carvalho
Esta não é uma tarde qualquer,
não é como outras tantas tardes,
dos bons e saudosos tempos,
sob o sol de todas as estações.
Esta não é uma tarde qualquer,
não é como outras tantas tardes,
dos folguedos todos da infância,
mundo à parte d’outros mundos.
Esta não é uma tarde qualquer,
não é como outras tantas tardes,
não é como outras que eu vivi,
no deslumbrar da juventude.
Esta não é uma tarde qualquer,
não é como outras tantas tardes
em que vivi bem mais à frente,
com meus êxitos a comemorar.
Esta não é uma tarde qualquer,
não é como outras tantas tardes,
esta tem um peso de chumbo,
peso que eu mal posso suportar.
Esta não é uma tarde qualquer,
não é como outras tantas tardes,
é uma tarde de distanciamento,
uma inútil tarde de fria solidão.
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13 de out. de 2021
O NOVO CORONAVÍRUS - Pedro Luso de Carvalho
O NOVO CORONAVÍRUS
- por Pedro Luso de Carvalho
Do velho coronavírus não lembro,
mas se presume que ele existiu,
certamente sem a fúria do novo
que contamina a muitos e mata.
O que sei é que o vírus veio em bando,
está o vírus aqui, ali, acolá,
invisível em todos os lugares,
na mão estendida, no abraço, no beijo.
Mas agora se tem mais fome e luto.
Com tanta morte não se tem descanso,
em especial com os tantos pobres,
pois riscos para os ricos são menores.
Depois que esse vírus for derrotado
ficarão ecos das agônicas dores,
do denodado trabalho dos médicos,
e enfermeiras – ciência e doação.
* * *
1 de out. de 2021
(Poesia) COFRES E LADRÕES / Pedro Luso de Carvalho
Congresso Nacional / Brasília - DF |
COFRES E LADRÕES
– Pedro Luso de Carvalho
Feche bem essa porta, meu filho,
há muitos ladrões lá fora.
Feche bem essa porta, meu filho,
se entrarem nada sobrará
do que temos.
(Ratos vêm roer nossos pés.)
Sabe onde se escondem os ladrões
dos nossos cofres, meu filho?
Escondem-se em palácios forrados,
tapetes dourados tecidos em ouro
e prata, embriagados pelo poder.
Mas logo tudo passará, meu filho,
essas bocas ilustres dos ladrões
de fala fácil, enganosa fala,
não mais terão o que dizer.
Ouve o vento bater na janela,
meu filho, ouve o suave vento
de harpa tangida, nosso alento,
único discurso para ouvirmos.
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11 de set. de 2021
LAURO RODRIGUES – Dois poemas
12 de jul. de 2021
[Crônica] ANTÔNIO MARIA – Ninguém me ama I
17/4/1957
20 de mai. de 2021
HEMINGWAY – Sua fala sobre Stein, Pound e Perkins
11 de ago. de 2013
BAUDELAIRE / Há Algo de Dante
Há algo de Dante, de fato, no autor das Flores do Mal, mas é um Dante de uma época decaída, é um Dante ateu e moderno, um Dante vindo depois de Voltaire, num tempo que não terá São Tomás. O poetas dessas flores, que ulceram o seio em que repousam, e não é culpa dele, pertence a uma época conturbada, céptica, zombeteira, nervosa que se retorce nas ridículas esperanças das transformações e das mentepsicoses; não tem a fé do poeta católico que lhe dava a calma augusta da segurança em todas as dores da vida.
In Théophile Gautier, Baudelarie, trad. de Mário Laranjeira. São Paulo: Boitempo Editorial, 2001, p. 111.
* * *
29 de jul. de 2013
[Conto] BARBOSA LESSA – Gadinho de osso
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